A taxa média de juros do Brasil teve queda de 30,1% em 2022 para 28,4% ao ano em 2023. Os dados são do BC (Banco Central). Eis a íntegra do relatório (PDF – 293 kB).
A redução anual de 1,7 ponto percentual é a média das taxas cobradas tanto nas operações com recursos direcionados (subsidiados por governos ou estatais) quanto com recursos livres (aqueles negociados no mercado).
publicidadeA taxa média de juros para subsidiados caiu 1,5 ponto percentual, de 11,6% para 10,1% anuais. Já para operações livres, recuou de 41,8% para 40,8% ao ano, ou 1 ponto percentual.
Ao considerar somente os recursos livres, que detém 58,4% do saldo de crédito no país, a taxa média caiu para as pessoas jurídicas (de 23% para 21,1%) e para as pessoas físicas (55,7% para 54,2%) de 2022 para 2023.
CARTÃO DE CRÉDITO
Os juros do rotativo do cartão de crédito terminaram 2023 a 440,8% ao ano. Subiram 28,9 pontos percentuais em 1 ano e 6,4 pontos percentuais em dezembro. A taxa foi cobrada em dezembro, portanto, não atende à nova regra de limite dos juros estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). A medida fez com que os juros serão limitados a um valor equivalente a 100% da dívida. Por exemplo, se o débito for de R$ 100, o valor corrigido com as taxas não pode passar de R$ 200.
O teto para os juros do rotativo só passou a valer em 3 de janeiro de 2024. A medida foi definida primeiramente pelo programa Desenrola. O projeto de lei que instituiu o programa foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) em 3 de outubro.
SPREADE INADIMPLÊNCIA
O spreadbancário – diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar dinheiro e os juros que são cobrados dos clientes– das taxas de juros ficou em 19,7 p.p., elevação de 0,4 p.p. em 2023, após crescimento de 3,4 p.p. no ano anterior.
A inadimplência do crédito total alcançou 3,3% em dezembro, aumento de 0,3 p.p. em relação ao final de 2022. Às pessoas jurídicas, foi de 2,7% –alta de 1 p.p. no ano–, enquanto a de pessoas físicas encerrou a 3,7%, com queda de 0,2 p.p. no ano.
Ao considerar somente o crédito livre, a inadimplência foi de 4,7%, com alta de 0,5 ponto percentual. Para as empresas, a inadimplência foi de 3,5% da carteira, com alta de 1,5 p.p. em 2023. Para as famílias, atingiu 5,6%, com queda de 0,3 p.p.
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